1 de outubro de 2008

08/03/06



MULHERES SE ORGANIZAM CONTRA A BANALIZAÇÃO DA CESARIANA


Lançamento de site no Dia Internacional da Mulher é a primeira ação do grupo Parto do Princípio, que reúne 150 mulheres ativistas do parto normal em dez estados brasileiros e se prepara para lançar ONG No 08 de março, Dia Internacional da Mulher, será lançado o site do grupo Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa http://www.partodoprincipio.com.br/ .


O site oferecerá informação e 'apoio de mãe para mãe' para gestantes que desejam ter um parto normal, mas enfrentam inúmeros obstáculos no sistema obstétrico brasileiro, que registra altas taxas de cesariana (27% na rede pública e 80% na rede particular de saúde).

O site Parto do Princípio estréia com a apresentação dos trabalhos do grupo e um convite para mulheres de todo o país participarem da 'rede pela maternidade ativa'.

Em breve, o site lançará também uma galeria de relatos de partos normais hospitales, domiciliares e cesarianas, textos sobre a importância de se promover a 'escolha informada' da mulher, uma enquete sobre como as mulheres que tiveram partos normais percebem essa experiência.

E, claro, muitos artigos escritos pelas próprias integrantes da rede com informação adequada, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, sobre gravidez, parto e pós-parto. Haverá ainda um grande banco de imagens de todos os tipos de partos, uma lista de profissionais humanizados em todo o Brasil, um serviço de apoio online 24 horas, programas educativos de rádio para download, uma seção especial para a imprensa (com pesquisas científicas, sugestões de pauta e imagens de divulgação), textos sobre experiências de sucesso na assistência à gravidez e parto pelo mundo afora, debates entre especialistas, produtos exclusivos da marca Parto do Princípio (camisetas, sacolas, adesivos, cartazes) e uma seção científica com todas as recomendações da Medicina Baseada em Evidências e da Organização Mundial de Saúde.

"A gente quer oferecer apoio de mãe para mãe para mulheres que estão ou planejam estar grávidas em todo o país", diz Ingrid Lotfi, uma das idealizadoras do movimento. "Uma de nós estará sempre disponível pra conversar e esclarecer dúvidas pelo site, telefone ou mesmo presencialmente", diz Ingrid. "A sensibilidade é a chave do nosso projeto", diz Andreza, enfermeira de 24 anos, que não tem filhos, mas está participando da rede.

O lançamento do site é a primeira de uma série de ações previstas pelo grupo Parto do Princípio, que já reúne 150 mulheres voluntárias espalhadas em nove estados brasileiros mais o Distrito Federal (SP, RJ, MG, BA, PR, RS, CE, SC, ES, AM, PE), trabalhando diariamente pela Internet. Por enquanto, a principal meta da rede de mulheres é ser uma ONG para representar 'a voz das mulheres' na luta pela melhoria das condições de atendimento ao parto no país.


Entre as ações previstas estão:


- Promover encontros presenciais gratuitos de apoio e discussão sobre gravidez, parto e pós-parto em todas as cidades onde exista uma representante da rede.


- Articular toda a rede de mulheres para enviar críticas e reclamações para os veículos de comunicação que divulgarem informações equivocadas sobre gravidez e parto.


- Conquistar espaço na mídia para divulgar informação de qualidade, alinhada com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, em jornais, revistas, programas femininos na TV, no rádio e na Internet.


- Produzir uma cartilha para divulgação dos benefícios e procedimentos do parto normal e natural.


- Oferecer material de divulgação e realizar palestras com informação de qualidade em comunidades locais (igrejas, empresas, escolas, etc).


- Representar a 'voz das mulheres que buscam um parto normal e humanizado' em eventos de saúde da mulher, saúde infantil e saúde reprodutiva como congressos, conferências médicas, feiras, entre outros.


- Produzir vídeos e programas de rádio educativos para distribuição e veiculação gratuitas em todo o Brasil.


- Produzir campanhas contra o desrespeito e descumprimento dos direitos da mulher nas instituições públicas e particulares.


- Realizar um Congresso Anual para discussão de conquistas e metas das mulheres na luta pela humanização do nascimento e melhoria no atendimento ao parto no Brasil.


- Promover uma comissão política responsável pela elaboração de documentos, manifestos, abaixo-assinados e conquistar espaço para discussão de projetos de lei municipais, estaduais e federais.


- Fazer como as Mães da Plaza de Mayo, andar pelas ruas com cartazes de protesto: 'Chega de um acompanhante no máximo!', 'Chega destes índices criminosos de cesárea em hospitais privados!!' ou 'Nós não vamos pagar para nosso marido assistir o nascimento do nosso bebê!'

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