24 de setembro de 2014

10 Direitos das Gestantes.

As afecções perinatais já são responsáveis por 50% dos casos de mortalidade infantil no Brasil. Em 1993, estas intercorrências em torno do nascimento representam 40% dos óbitos em menores de 1 ano.
Esta é a conclusão da Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, divulgada no final de 1996 pelo Ministério de Saúde e UNICEF.
O aumento das afecções perinatais, se deve por um lado a queda das doenças infecto-contagiosas e por outro, pelo aumento das cirurgias por cesarianas sem indicação precisa. O parto por cesariana no Brasil aumentou de 31,6 % em 1986, para 36,4% em 1996. A recomendação da OMS é que este tipo de parto represente somente 10-20% dos partos.
A mortalidade materna no Brasil é cerca de 20 a 30 vezes maior que nos países desenvolvidos. A nossa taxa é estimada em 134 mortes por cada 100.000 nascidos vivos, o que representa que a cada 2 horas uma mulher brasileira morre em decorrência de complicações no ciclo gravídico puerperal.
Para reverter esta tendência de aumento dos óbitos infantis por causas perinatais e a mortalidade materna é preciso melhorar com urgência o atendimento ao pré-natal e ao parto.
Por este motivo recomendamos a divulgação e o debate de mais esta iniciativa para a melhora da qualidade da assistência materna. A "Iniciativa para um Parto Respeitoso com a Mulher" alia-se a "Iniciativa Hospital Amigo da Criança" e ao recente "Projeto Maternidade Segura" com seus 8 passos.
Pela melhora da qualidade da Assistência Perinatal!
                                                           Marcus Renato de Carvalho

 

NASCE NOS EUA A "INICIATIVA PARA PARTO RESPEITOSO

A "Coalizão para a Melhora dos Serviços de Maternidade" ("Coalition for Improving Maternity Services") - CIMS é uma rede de indivíduos e organizações americanas envolvidas no cuidado e no bem estar das mães, dos bebês e das famílias. O objetivo é promover um modelo de atenção à maternidade centrado na saúde, que melhore o resultado do parto e reduza substancialmente os custos. Este modelo de atenção está baseado no respeito à mãe, ao bebê e à família, tendo como princípio a prevenção, como alternativa aos caríssimos programas de proteção, diagnóstico e tratamento.

CONSIDERANDO

- que, apesar de gastar muito dinheiro pôr habitante na atenção à maternidade e ao recém nascido que qualquer outro país, os EUA estão pôr detrás da maioria dos países industrializados no tocante à morbi-mortalidade perinatal, e a mortalidade materna é 4 vezes maior entre as mulheres afro-americanas que entre as ibero-americanas; 

- que as parteiras assistem a maioria dos partos naqueles países industrializados e obtêm os melhores resultados perinatais, enquanto que nos EUA as parteiras são responsáveis pela atenção de uma pequena percentagem dos partos; 
- que entre as práticas atuais de atenção à maternidade e ao recém nascido que contribuem para os altos custos e pêlos resultados inferiores está à aplicação inadequada da tecnologia e dos procedimentos de rotina não embasados em evidencias científicas; 
- que a maior dependência da tecnologia tem diminuído a confiança na capacidade inata da mulher para dar à luz sem intervenção; 
- que o tratamento obstétrico da mãe e de seu filho como se fossem unidades separadas com necessidades em conflito põe em perigo a integridade da relação entre a mãe e filho, que se inicia na gravidez; 
- que, apesar de estar provado cientificamente que a amamentação é o melhor para a saúde, a nutrição e o desenvolvimento dos recém nascidos e de suas mães, somente uma pequena parte das mães americanas amamentam seus filhos de forma exclusiva até os 6 meses de idade; 
- que o atual sistema de atenção à maternidade nos EUA não oferece igualdade de acesso aos recursos de atenção sanitária às mulheres de grupos populacionais desfavorecidos, às mulheres sem seguro saúde, e às mulheres cujo seguro não permite escolher o profissional ou o lugar do parto;

EM CONSEQUÊNCIA

Nós os membros da CIMS abaixo assinados, pela presente acordamos definir e promover serviços de maternidade respeitosos com a mãe, de acordo com os princípios que se seguem. 

Cremos que os fundamentos filosóficos da atenção respeitosa com a mulher são os seguintes:

NORMALIDADE DO PROCESSO DE NASCIMENTO

O nascimento é um processo normal, natural e saudável. 

As mulheres e os lactentes tem as capacidades inatas necessárias para o nascimento. 
No momento de nascer, os recém natos são seres humanos conscientes e sensíveis, e devem ser reconhecidos e tratados como tais. 
O aleitamento materno proporciona a alimentação ótima para os recém nascidos e lactentes. 
O nascimento pode produzir-se de forma segura em hospitais, em centros de nascimento, casas de parto e nos domicílios. 
O modelo de atenção oferecido pelas parteiras, que respaldam e protegem o processo normal do nascimento, é o mais apropriado para a maioria das mulheres durante a gestação e o parto.

PROTAGONISMO DA MULHER

A capacidade e a confiança da mulher para dar à luz e cuidar de seu filho se potencializam ou são tolhidas pelas pessoas que a atendem e pelo ambiente em que ela pari. 

A mãe e seu filho são distintos e ao mesmo tempo interdependentes durante a gravidez, o parto e a infância. Sua estreita relação é vital e deve ser respeitada. 
A gravidez, o parto e o puerpério são marcos no caminho da vida. 
Estas experiências afetam profundamente as mulheres, os bebês, os pais e as famílias e tem efeitos importantes e persistentes sobre a sociedade.

AUTONOMIA

Cada mulher deve ter a oportunidade de:
  • experimentar um parto saudável e prazeroso para ela e sua família, independentemente de sua idade e circunstâncias;
  • dar a luz segundo os seus desejos em um ambiente em que se sinta segura e cuidada, e em que se respeitem seu bem estar, sua intimidade e suas preferências pessoais;
  • ter acesso a todo o leque de opções no que concerne a sua gestação, parto e aos cuidados de seu filho, e a informação detalhada sobre todos os lugares, profissionais e métodos disponíveis para dar à luz;
  • receber informação completa e atualizada sobre os benefícios e riscos de todos os procedimentos, drogas e exames que se usam durante a gravidez;
  • o parto e o puerpério, com direito ao consentimento informado e ao rechaço informado;
  • receber apoio para tomar decisões informadas sobre o que é melhor para ela e seu filho, baseando-se em seus valores e crenças pessoais.

NÃO CAUSAR DANO

As intervenções durante a gravidez, parto ou puerpério não devem ser rotineiras, muitos exames, procedimentos, tecnologias e drogas usadas na prática médica habitual comportam um risco para a mãe e seu filho, e devem evitar-se caso não exista uma indicação científica específica para seu uso. 

As condutas utilizadas durante o tratamento das complicações que podem surgir durante a gravidez, o parto e o pós-parto devem ser cientificamente embasadas.

RESPONSABILIDADE

Cada profissional é responsável pela qualidade do cuidado que oferece. A atenção à maternidade deve basear-se nas necessidades da mãe e de seu filho, e não nas do profissional. 

Cada hospital ou centro de nascimento é responsável pela revisão e avaliação periódicas, de acordo com as evidências científicas disponíveis, da eficácia, riscos e taxas de utilização dos procedimentos médicos que aplique as mulheres e a seus filhos. 
A sociedade, através de seu governo e do sistema de saúde, é responsável de garantir o acesso de todas as mulheres aos serviços de maternidade e de supervisionar a qualidade destes serviços.
Estes princípios conduzem aos seguintes passos para a proteção, promoção e apoio aos serviços de maternidade respeitosos com a mãe:


10 PASSOS DA INICIATIVA PARA UM PARTO RESPEITOSO COM A MULHER EM MATERNIDADES, CENTROS DE NASCIMENTO E SERVIÇOS DE PARTO DOMICILIAR.

Para ser designado pelo CIMS como RESPEITOSO COM A MÃE, uma maternidade deve seguir os princípios filosóficos antes enunciados, cumprindo os

10 PASSOS PARA A ATENÇÃO RESPEITOSA COM A MULHER.

Um hospital, casa de parto ou serviço de parto domiciliar respeitoso com a mãe:


1. Oferece a todas as mães que dão à luz: 
- a presença sem restrições durante o parto de acompanhante que ela eleja, incluindo pais, marido, filho, familiar ou amigo; 
- acesso sem restrições ao apoio emocional e físico continuado de uma mulher capacitada, como uma doula ou profissional de apoio ao parto; 
- acesso a atenção profissional de uma parteira.

2. Oferece ao público informação descritiva e estatística detalhada sobre suas práticas e procedimentos na atenção ao parto, incluindo a freqüência das intervenções e os resultados.
3. Oferece uma atenção culturalmente apropriada; isto é, uma assistência sensível e que não fira as crenças, valores e costumes específicas da etnia e religião da mulher.
4. Oferece a parturiente a liberdade de caminhar, mover-se e adotar as posições que ela eleja durante a dilatação e o período expulsivo (salvo que se requeira especificamente uma restrição para prevenir uma complicação), e desaconselha a posição de litotomia (supino, com as pernas elevadas).
5. Possui normas e procedimentos claramente definidos para:
  • manter consultas durante o período perinatal com outros serviços de maternidade, incluindo a comunicação com o profissional que tenha atendido previamente a gestante, quando for necessário a transferência de uma maternidade para outra;
  • pôr a mãe e seu filho em contato com os recursos pertinentes da comunidade, incluindo o seguimento pré-natal e posterior alta e o apoio ao aleitamento materno.
6. Não empregar de forma rotineira práticas e procedimentos que não estejam respaldados pôr evidências científicas, o que inclui, porém não se limita aos seguintes:

- tricotomia dos pêlos pubianos;

- enemas; 
- perfusão endovenosa; 
- jejum; 
- ruptura precoce de membranas; 
- monitorização eletrônica fetal;

Outras intervenções estão sujeitas as seguintes limitações:
  • a taxa de uso de ocitocina para a indução ou condução do parto é de 10% ou menor;
  • a taxa de episiotomia é de 20% ou menor, com um meta de 5% ou menos;
  • a taxa global de cesáreas é de 10% ou menor nos hospitais de primeiro nível, e de 15% ou menor nas maternidades de referência;
  • a taxa de parto vaginal depois de uma cesárea é de 60% ou mais, com uma taxa de 75% ou mais.
7. Educa o pessoal sobre métodos não farmacológicos de alívio da dor, e não recomenda o uso de analgésicos ou anestésicos se estes não são requeridos especificamente para corrigir uma complicação.
8. Encoraja a todas as mães e famílias, incluindo aquelas com recém nascidos doentes ou prematuros ou com problemas congênitos, a tocar, pegar no colo, dar o seio e cuidar de seus filhos na medida compatível com cada situação.
9. Desaconselha a circuncisão do recém nascido pôr motivos não religiosos.
10. Esforça-se pôr aplicar os 10 passos para o sucesso de aleitamento materno, tornando-se um Hospital Amigo da Criança.
Ratificado pelos seguintes membros da CIMS - USA, julho de 1996:
  • Academy of Certified Birth Educators
  • American Academy of Husband-Coached Childbirth - The Bradley Method
  • American Academy of Nurses-Midwifes
  • American College of Domiciliary Midwives
  • American Society for Psichoprophilaxis in Obstetrics
  • Association of Labor Assistants & Childbirth Educactors
  • Association for Pre & Perinatal Phychology & Health
  • Association of Womens Health, Obstetrics and Neonatal Nurses
  • Attachment Parenting International
  • Birthworkes, Inc.
  • Center for Perinatal Research & Family Support
  • The Farm
  • Global Maternal/Child Health Association
  • Informed Home Birth/Informed Birth & Parenting
  • International Association of Infant Massage
  • International Lactation Association Consultant
  • La Leche League International
  • Midwifery Today
  • Midwives of Santa Cruz
  • National Association of Postpartum Care Services
  • North American Registry of Midwives
  • Wellness Associates
Indivíduos, como:
  • Marshall e Phyllis Klaus e outros.

BIBLIOGRAFIA

  • American College of Obstetricians an Gynecologists - "Fetal heart rate patterns: monitoring, interpretation, and mangement". Technical Bulletin no. 207, july, 1995.
  • "Guidelines for vaginal delivery after a previous cesarean birth. ACOG Committee Opinion, 1988; no. 64.
  • Canadian Paediatric Soc. Fetus and Newborn Committee - "Neonatal circumcision revisited. Can. Med. Assoc. J. 1996; 154(6):769-780.
  • Enkin M. Et al. - "A guide to effective care in pregnancy and childbirth". 2nd. Rev. Ed. Oxford: Oxford University Press, 1995. (Os dados deste livro provem do Cochrane Database of Perinatal Trials).
  • Goer H. - "Obstetric myths versus research realities: a guide to the medical literature. Wesport, CT: Bergin and Garvey, 1995.
  • Bureau of maternal and child health. Unity through diversity: a report on the healthy mothers healthy babies coalition communities of color leadership roundtable. Healthy mothers healthy babies, 1993.
  • International Lactation Consultant Association - "Position paper on infant feeding" Rev. 1994. Chicago; ILCA, 1994.
  • Klaus M, Kennel JH, and Klaus PH. - "Mothering the mother. Menlo Park, CA: Addison-Weley publishing company, 1993.
  • "Bonding: building the foudations of secure attachment and independence. Menlo Park, CA: Addison-Wesley publishing company, 1995.
  • Wagner M. Pursing the birth machine: The search for appropriate birth technology. Australia: ACE Graphics, 1994. (O livro do Dr. Wagner contem as recomendações gerais da Declaração de Fortaleza, OMS, Abril de 1995. E o "summary report" da "The WHO Consensus Conference on Appropriate Technology Following Birth Trieste, Octuber, 1986)

GLOSSÁRIO

  • Centro de Nascimento = Casa de Parto, maternidade não hospitalar.
  • Doula = mulher que proporciona de forma contínua apoio físico, emocional e informação durante a dilatação e o período expulsivo.
  • Episiotomia = corte cirúrgico para ampliar a abertura da vagina durante o trabalho de parto.
  • Indução = início artificial do trabalho de parto.
  • Ocitocina = forma sintética do hormônio natural que se administra por via endovenosa para iniciar ou acelerar o trabalho de parto.
  • Perinatal = ao redor do nascimento.
  • Ruptura de membranas = rompimento da "bolsa d'água"

Ajude a difundir esta Iniciativa !


C I M S

C/O ASPO/LAMAZE 
1200 19th Street, NW, S-300, Washington, DC 20036 
 (Inclua uma contribuição de US$ 5,00).

* Uma lista de questões freqüentemente perguntadas (FAQ) pode ser obtida no mesmo "e-mail" de acima, sendo que você deve colocar no "subject": FAQ.
Traduzido por Prof. Marcus Renato de Carvalho.
Publicado nos "Arquivos Brasileiros de Pediatria", órgão oficial da SOPERJ. Arq. Bras. Pediat., 4(4):111-113, 1997

27 de novembro de 2011

Brasileira orienta e acalma grávidas famosas na hora no parto.

FERNANDA EZABELLA

DE LOS ANGELES

A brasileira Ana Paula Markel já viu celebridades de Hollywood por ângulos bastante distintos: correndo de carro blindado pelas ruas de Los Angeles, escondendo-se em hospitais com codinomes secretos e, finalmente, dando à luz na sala de parto, descabeladas.

Ela não é médica nem parteira. É doula, uma atividade que vem crescendo nos EUA na última década, levada pelo desejo de mães e pais de ter um apoio maior durante a gravidez e uma experiência mais agradável na hora do parto.

Com as clientes que já ajudou, como Penélope Cruz e Alanis Morissette, Ana Paula acabou conhecida como a "doula das estrelas". "A ideia é cuidar das grávidas como se eu fosse aquela amiga mais experiente", explica a paulistana de 40 anos, mãe de quatro filhos e radicada nos EUA desde 1999.

"Nosso trabalho é emocional, físico e informativo. Tiramos dúvidas e conversamos sobre as emoções e os medos de virar mãe. Na hora do parto, ajudamos nas posições, massagens e explicamos ao parceiro que aquele barulho que ela está fazendo é normal."



A origem do nome doula vem do grego antigo para "ajudante ou escravo da mulher". Não foi traduzido nem para o inglês nem para o português. Hoje, doulas são voluntárias em hospitais do mundo todo, incluindo o Brasil, ou trabalham de forma particular.

Em geral, o serviço de uma doula começa no segundo trimestre da gravidez e, nos EUA, varia de US$ 700 a US$ 3.000 (entre R$ 1.000 e R$ 5.000). A profissional encontra o casal duas ou três vezes para conversar e fica presente durante o parto, seja cesárea ou natural, no hospital ou em casa.

CELEBRIDADES

Ana Paula tem oito anos de experiência e hoje também treina colegas em seu estúdio, o Bini Birth. Em uma rua tranquila no bairro de North Hollywood, o Bini Birth fica em uma sala espaçosa cheia de almofadas, sofás aconchegantes e esculturas de barro de grávidas que trouxe do Brasil.

Foi ali que a cantora Alanis Morissette se sentou com outras futuras mamães para participar de um workshop regado a sopinhas, quiches e sobremesas orgânicas. "Ficou todo mundo meio chocado quando ela chegou. Tem famosa que jamais viria a uma aula com outros casais, tem paranoia de câmera porque está gorda, acha que está feia", conta Ana Paula, lembrando a tranquilidade de Morissette, de moletom. Seu filho nasceu em dezembro de 2010.

Já Penélope Cruz "é talentosa até parindo, é incrivelmente forte", diz Ana Paula.

A lista de celebridades também inclui a atriz americana Christina Applegate, a boxeadora Laila Ali, filha de Muhammad Ali, e as modelos brasileiras Michelle Alves e Camila Alves (sem parentesco), ambas residentes de Los Angeles.

Michelle Alves narra sua experiência: "Ana Paula me guiou, ajudou a me concentrar, fez massagem nas minhas costas. Ela também me ensinou a 'empurrar' lá embaixo. É muito esquisito ter essa consciência do corpo, de qual músculo usar".

"Uma hora, depois de eu já ter empurrado muito, vi que a doula falou alguma coisa com o médico e eles resolveram me virar de lado e depois de volta. Aí dei a última empurrada e o Oliver nasceu. Foi tudo muito rápido, graças ao trabalho dela", conta Michelle, que está grávida do terceiro e vai ter a ajuda de Ana Paula novamente.

PARTO NATURAL

A profissão de doula vai, aos poucos, quebrando a barreira da desconfiança. Há alguns anos, havia muita resistência dos médicos em aceitá-las nos hospitais, por medo de que fossem convencer as grávidas a fazer parto natural e não cesariana, um método cirúrgico mais rápido e lucrativo para o hospital.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um índice saudável de cesáreas num país é de apenas 15%. Nos EUA, o número orbita os 30% e, no Brasil, superou os 50% no ano passado, atingindo um dos índices mais altos do mundo.

Apesar de não ser profissão regulamentada, doulas podem ser certificadas por instituições, como a Dona International, hoje com 7.000 membros, contra 754 em 1994.

"A procura aumenta na medida em que as mulheres aprendem mais sobre as intervenções médicas e seus efeitos colaterais", diz Lori Hill, diretora de comunicação da Dona. "É provado que a presença de uma doula treinada diminui o número de intervenções não desejadas."

A americana Erica Saltiel Levin, 42, corretora de imóveis que vive em San Francisco, lembra que procurou uma profissional porque queria evitar a cesariana e ter uma pessoa para ajudá-la a lidar com enfermeiras e médicos no hospital.

"A gente sempre escuta histórias de médicos que tomam decisões baseados em seus interesses e agendas", disse Erica, que deu à luz um menino em 2009. "As mulheres querem um apoio para ter certeza de que seus desejos serão respeitados."

A brasileira Mayra Calvette, 24, uma das enfermeiras obstetras que auxiliou no parto de Gisele Bündchen, na banheira da casa da modelo em Boston, diz que é possível usar métodos naturais para aliviar a dor do parto, como se movimentar ou usar água quente.

"É também o trabalho da doula e que está integrado ao meu", conta Mayra, que hoje mora nos EUA e se prepara para viajar pelo mundo para fazer um documentário. "Vou mostrar como é o parto em diversos países. Muito do medo do parto natural vem da desinformação."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1012273-brasileira-orienta-e-acalma-gravidas-famosas-na-hora-no-parto.shtml

23 de novembro de 2011

Em Londrina, 62% dos partos são cesarianas.

Índice local de partos cirúrgicos ultrapassa a média brasileira, já considerada alta.

Paulo Briguet

No Brasil, o normal já é a cesariana. Em 2010, pela primeira vez, o número de partos cirúrgicos (52%) ultrapassou o de partos normais (48%). Em Londrina, a diferença é maior: no ano passado, as maternidades locais registraram 2.629 partos normais (38%) e 4.289 cesarianas (62%). A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o índice de cesarianas não seja maior do que 15%. E já tem gente no Ministério da Saúde brasileiro falando em “epidemia” de cesáreas.

A médica Lilian Carolaine Vaccari, vice-presidente da Sociedade Paranaense de Ginecologia e professora da UEL, diz que a situação – no Brasil e em Londrina – se deve à combinação de alguns fatores. “As pessoas se acostumaram à ideia de que quem podia pagar ia para a cesariana; quem não podia, ia para o parto normal”, afirma a ginecologista. “Na Europa e nos EUA, isso não acontece: a mulher sabe, ao engravidar, que a tendência é realizar um parto normal.”

Mitos

A questão cultural faz aumentar o número de cesáreas. Mesmo com as modernas técnicas de analgesia acessíveis a todos – inclusive pacientes do SUS –, a mulher brasileira ainda associa parto normal a sofrimento. Disso decorrem alguns mitos, segundo Lilian Vaccari: o de que o sofrimento materno leva ao sofrimento fetal; e o de que há mais complicações para os bebês no parto normal. “Isso não é verdade. O parto normal melhora as condições de nascimento do bebê. A mãe não precisa fazer repouso cirúrgico nem ficar separada do filho.”

Mas os fatores tempo e remuneração profissional não podem ser esquecidos quando se fala no assunto. “Muitos médicos não se sentem confortáveis em seguir um trabalho de parto que pode durar muitas horas”, diz a médica. “O parto normal requer tempo, algo que o médico não tem hoje em dia. E o tempo não é remunerado adequadamente pela maioria dos planos de saúde.” O SUS paga R$ 30 por uma cesárea e R$ 80 por um parto normal. Ocorre que a cesárea pode durar meia hora; e o parto natural, até mais de 12 horas.

O presidente da Associação Médica de Londrina, Antônio Caetano de Paula, observa que a cidade é uma referência regional em obstetrícia. “Muitas pacientes vêm de outras cidades e acabam encaminhadas para atendimento obstétrico de urgência em hospitais terciários. Isso faz aumentar o número de cesarianas em Londrina.”


Ginecologista, Caetano de Paula ressalta que os médicos em geral optam por seguir a decisão das gestantes. “A mulher muitas vezes prefere a cesárea, por uma questão de conforto e para não sentir dor. Eu respeito essa decisão – o que é determinado pelo nosso código de ética.”

Segundo o médico, os dois procedimentos têm vantagens e desvantagens; é preciso seguir a lógica e o bom senso na hora de escolher entre o método natural e a cirurgia. “Não se pode marcar uma cesariana porque o médico vai viajar ou porque a família escolheu uma data especial para o nascimento. Estamos lidando com a vida.” O mais importante, segundo Antônio Caetano de Paula, é que a paciente se sinta informada e segura para tomar uma decisão. “A mãe deve seguir o que ela deseja, não o que a família exige ou o governo quer.”

A atriz Pâmela Beatriz Nogueira, 29 anos, mãe de duas crianças, queria muito fazer o parto normal, mas não conseguiu. Aos 22 anos, quando ficou grávida pela primeira vez, ela foi para a cesariana após nove horas de trabalho de parto. “Naquela época eu não tinha tantas informações, mas hoje tenho certeza de que fui induzida a fazer a cesárea. Me deixaram com medo.” Ao engravidar pela segunda vez, há dois anos, Pâmela disse ao médico que queria o parto normal. A resposta foi a seguinte: “Você vai insistir nessa loucura?” Diante disso, a atriz resolveu mudar de obstetra. Mas a segunda gestação teve uma série de complicações, e o parto normal não pôde acontecer. Depois de participar do grupo GestaLondrina – que dá apoio a mulheres grávidas na cidade – Pâmela se tornou uma defensora convicta do parto normal e da amamentação. O filho mais novo, de um ano e meio, ainda mama no peito. “Só ficou essa tristeza de não fazer o parto normal. Não é nenhuma loucura, é um parto mais humanizado".

http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1195089&tit=Em-Londrina-62-dos-partos-sao-cesarianas

18 de novembro de 2011

Proximidade e Cuidado.

É do ministério da saúde e foi feito pra ser distribuído na rede pública.


Agora me explica: o povo viu???

http://vimeo.com/7034132

16 de novembro de 2011

Vídeo da Abenfo - SP sobre assistência ao parto.

Este video é institucional, o que vale mesmo nele é a fala das pessoas.


Prestem atençao no médico japones que fala sobre como TP começa, desenrola e termina...

http://vimeo.com/8526305

8 de novembro de 2011

Mais Você fala sobre o aumento de cesarianas no Brasil.

Você sabia que o Brasil é o campeão mundial de cesarianas? O Mais Você desta segunda-feira, 07 de novembro, falou sobre uma escolha que divide todas as mulheres que decidem ter filhos: parto normal ou cesária? No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram que 43% dos partos são cesárias. Na rede pública, o percentual cai para 34%. Nos hospitais particulares, o índice é de 80%. “Parece que está havendo uma inversão de valores. A cesariana passou a ser considerada por muitas mulheres como o método 'normal' de ter um filho, mas na verdade o parto normal é o mais seguro tanto para a mãe quanto para o bebê”, explicou Ana Maria Braga.


Partos: número de cesarianas não para de crescer

Na contramão desta estatística, a apresentadora conversou com Patrícia Alvaide, de 33 anos, moradora de São Paulo, que não conseguia engravidar, fez tratamento e teve a primeira filha, Isabela, de parto normal. Três anos depois, engravidou novamente e também teve parto normal. “Eu escolhi ter parto normal por causa da recuperação, foi muito rápida, duas horas depois eu já estava de pé”, contou.

Antes do parto do segundo filho, que foi registrado pelas câmeras do Mais Você, toda a família vivenciou diferentes sentimentos. “Ansiedade, mas baque realmente é quando você vê a criança”, contou Patrícia. O marido, Wagner, revelou que as expectativas eram as melhores possíveis e que a torcida era por um menino.

O médico da Patrícia é o Dr. Renato Kalil, ginecologista e obstetra do hospital São Luiz.. Ele é um grande defensor do parto normal e explicou as vantagens desse tipo de parto, comparado com a cesárea. “Parto normal é como o nome diz, é normal. A cesariana é uma cirurgia. O parto normal não tem cortes na barriga, não tem cirurgia, é vida normal em casa, apenas higiene local e ficar sem relação sexual e exercícios por 30 dias”, explicou.


Mais Você apresenta o lindo trabalho das doulas

Quanto à cesariana, o Dr. Renato Kalil apontou que são necessários 30 pontos em cada camada de pele. “Quanto mais cesariana, mais risco numa próxima gestação. Se você teve o primeiro parto cesariana, engravidou em menos de um ano e meio, obrigatoriamente, você terá que fazer um parto cirúrgico. Após isso, você pode ter um parto normal, mas existe um risco de ruptura uterina em 12% dos casos”, afirmou. O parto de Rafael durou 40 minutos e ele nasceu pesando 3, 340 kg e com 50,5 cm de altura. Rafael faz um mês no dia 12 de novembro, próximo sábado.

5 de agosto de 2011

Os Riscos da Cesárea.

Estudo realizado por acadêmico da Universidade Estadual de Maringá revela que crianças nascidas de cesárea têm 8 vezes mais risco relativo de morrer.
Na página tem o áudio da reportagem.

15 de maio de 2011

Parto exige cuidado e proteção.

O parto é uma experiência única, principalmente quando acontece de forma natural, privilégio de poucas mães no Brasil. O momento, esperado por longos nove meses, deve ser especial. E para que isso aconteça é importante que a mais nova mamãe esteja cercada de carinho e proteção.
É para que este objetivo seja alcançado que existem as doulas no Brasil. Em Maringá, elas levam às mães informações sobre o parto natural e as acompanham, passando a segurança necessária, neste momento inesquecível.
A doula Patrícia Merlin conta que o acompanhamento dos partos é algo especial, porém o que ela mais gosta de fazer é orientar a futura mamãe durante a gestação, transferindo informações e mostrando a importância do parto natural.
Ela acredita que as mães que desejam passar pela experiência (parto natural) não devem decidir por incentivo do marido ou simplesmente porque alguém disse que é bom.
"Ela deve querer de verdade e entender que isso é importante para ela e para o bebê. Faz parte da sua natureza como mulher", enfatiza.
Patrícia Merlin ressalta que se a gestante não tem isso como verdade, então, é melhor não fazer.
Durante o trabalho de parto, a doula faz exercícios de relaxamento, massagens, orienta o esposo a conversar com a gestante, além de oferecer informações sobre respiração, banhos, melhores posições, além da simples, mas reconfortante, presença no local. "Muitas vezes, a gestante precisa apenas de apoio, que alguém segure em sua mão ou diga que está tudo bem e acalmá-la", relata.
As doulas também orientam quanto ao momento certo de ir ao hospital para que a mulher chegue ao local perto da hora do nascimento do bebê.

Fonte: http://www.odiario.com/saude/noticia/417007/parto-exige-cuidado-e-protecao/

14 de maio de 2011

A experiência do parto domiciliar.

Brasil é um dos países com maior taxa de cesárea. De acordo com o Ministério da Saúde, 42 em cada 100 crianças nascidas no País vêm ao mundo por meio do parto cesariano. O número, está muito acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Há quem acredite que a cesárea é a maneira mais eficaz e segura para o nascimento do bebê, pois é feita com intervenção cirúrgica, sem dor e dentro de hospitais.
Mas, segundo dados da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuna), quando a cesárea é feita sem necessidade, aumenta de cinco a sete vezes o risco de morte materna.
Além de resultar na alta do número de bebês que nascem prematuros e que precisam ficar internados em centros de cuidados intensivos.
O parto normal proporciona vantagens que a intervenção médica não apresenta. E, o melhor, pode ser feito em casa.
A gestante Noemy Gesteira está na 34ª semana da gestação e deseja ter a filha em casa. O parto está previsto para o início de junho e tudo indica que o parto será natural.
"Esse é um desejo meu e do meu esposo e achamos que é melhor para mim e para a criança. Quero ter minha filha em um local em que estamos acostumados e onde nos sentimos bem. Espero que tudo dê certo", diz.
A doula Patrícia Merlin teve o segundo filho em casa e conta que tudo acontece de forma muito natural. É como mais uma das suas atividades diárias. "Tive a minha filha na minha cama, depois fui tomar banho no meu banheiro, com as minhas coisas e tudo correu muito bem", conta.
Ela ficou acompanhada por uma doula e duas enfermeiras obstetras que cuidaram de todo o procedimento.
A obstetra e especialista em genética pela USP, Ana Cristina Duarte, elogia o parto domiciliar e acredita que "desde que a mulher esteja se sentindo segura, no ambiente familiar tudo conspira para que seu corpo funcione da melhor forma possível".
Ela afirma que nesse tipo de parto a gestante não precisa se preocupar com limites de tempo, trânsito e bagagem, além de estar em casa - o lugar em que mais se sente à vontade.
A gestante simplesmente chama a equipe e espera o momento de dar à luz. O médico que a acompanha durante o pré-natal pode dizer se a mãe tem ou não condições de fazer o parto domiciliar.

O que a Doula faz
Antes do parto: Orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.
Durante o parto: A doula atua como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e no parto mostra formas eficientes de respiração, além de propor medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc.
Após o parto: Faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.
(Fonte: http://www.doulas.com.br/)

A Doula e o pai
A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio.
A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.

Fonte: http://www.odiario.com/saude/noticia/416999/a-experiencia-do-parto-domiciliar/

8 de maio de 2011

Seis anos depois da lei, hospitais ainda proíbem acompanhantes para gestantes durante o parto.

Brasília – Nove meses de espera. O parto é o momento mais esperado pelas futuras mamães. Mas a insegurança e a ansiedade podem tornar a experiência desagradável. Nesta hora, a companhia do marido, de um parente ou de uma amiga ajuda a acalmar a gestante e transformar o nascimento do bebê em um momento prazeroso.


Desde 2005 uma lei federal garante às grávidas o direito à presença de um acompanhante – de sua escolha - durante do trabalho de parto até o pós-parto nas maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e conveniadas. No entanto, não é sempre o que acontece.
Vários hospitais no país ainda não seguem a regra e barram o acompanhante, como, por exemplo, em Belém, no Pará. No ano passado, representantes do grupo Parto do Princípio encaminharam denúncias de descumprimento da lei ao Ministério Público Federal (MPF). Na maioria dos casos, as alegações das maternidades são a falta de espaço ou que a presença de uma pessoa do sexo masculino ameaça a privacidade das gestantes.
“Dizem não ter acomodação. Ás vezes, não permitem a entrada do pai por ser homem. Num momento desses, a mulher fica desassistida”, contou Patrícia Sales, integrante do grupo no Pará. A rede tem representantes em 16 estados e no Distrito Federal. Segundo elas, há relatos de desobediência à lei em outros estados, como no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Estudos científicos constataram que a presença de um acompanhante com a gestante contribui para reduzir o tempo do trabalho de parto, o número de cesáreas e as chances de depressão pós-parto.
As maternidades tiveram prazo para se adequar. Apesar da lei, a coordenadora de saúde da mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, disse que a adaptação tem sido feita de forma “gradativa” e a principal dificuldade é mudar a postura dos profissionais de saúde para aceitar o acompanhante como um aliado. “O acompanhante é tido como uma ameaça que vai interferir no processo, vigiar. Isso está mudando”, disse.
Segundo ela, o governo tem incentivado os hospitais públicos, inclusive com destinação de recursos financeiros, a receber os acompanhantes, como obriga a legislação. No ano passado, o ministério fez um trabalho de capacitação em 26 maternidades da Amazônia Legal e do Nordeste, regiões com altos índices de mortalidade materna. Depois da iniciativa, 16 passaram a acomodar os acompanhantes das gestantes, de acordo com a coordenadora. “Apesar de ser lei, precisa de preparação e adesão da maternidade”, disse. A Lei 11.108/2005 não prevê punição a quem descumpri-la.
De acordo com Esther Vilela, o cumprimento da lei por todas as maternidades públicas é uma das propostas do programa Rede Cegonha, aposta da presidenta Dilma Rousseff para melhorar o atendimento às grávidas e aos recém-nascidos até 2014.
A gestante que decidir ter seu bebê em um hospital particular também tem direito ao acompanhante e de acordo com normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é proibida a cobrança de taxa extra. Cabe aos planos de saúde e ao hospital ou clínica negociar as despesas, por exemplo, com roupa esterilizada.

O que diz a lei federal:
Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante será indicado pela parturiente.

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-05-08/seis-anos-depois-da-lei-hospitais-ainda-proibem-acompanhantes-para-gestantes-durante-parto