20 de outubro de 2006

Dia bom!

S., 17 anos, chegou depois de quase duas horas do início do plantão, numa noite muito calma e eu estava quase indo embora...
Acompanhada da mãe, ela estava um pouco assustada, tensa, mas já na sala de espera (pela consulta), fui massageando os pés dela e puxando papo. Logo ela estava mais solta e entendendo melhor as reações do corpo.
Mesmo antes de falarem em internação, levei-a para a sala de TP, por que no rítmo em que ela estava, era claro que se tratava de TP mesmo.
Tive tempo de falar com ela sobre as mudanças de comportamento, sobre o tempo do TP, sobre o que era esperado e normal naquele momento.
O TP dela foi quase didático. Um ótimo exemplo. Toda feliz e falante no início, foi ficando cada vez mais concentrada e um pouco irritadiça, procurando melhores posições, relaxando nos banhos e respirando no tempo dela... Olhar vazio na transição, ânsia de vômito, vontade de sair correndo dali. Então a vontade de fazer cocô, de empurrar, fazer força e a cabeça do bebê já aparecendo na vulva.
Ela foi encaminhada pro CC e o bebê nasceu em três contrações, sem epsiotomia e com uma pequena laceração. Logo após o nascimento da L., um enorme sorriso nos lábios...

Nesta noite também aconteceu um encontro inusitado nos corredores. Uma mulher vem na minha direção, toda sorridente:
-Você está aqui! Que bom te ver! Pena que não deu tempo...
Eu devo ter feito cara de quem não estava entendendo e ela disse:
-Não lembra de mim, né?
Isso na verdade é bem comum, não consigo guardar todos os rostos que passam por ali. Mas ela explica.... Há exatos 9 meses, ela esteve na maternidade com a filha mais nova e eu estava no TP dela. Agora ela estava com a filha mais velha e me diz que passaram a gestação toda pedindo que o bebê nascesse numa sexta-feira, por que é o dia que eu estou lá... Pois o bebê atendeu o pedido delas, só que elas esqueceram de dizer que eu só estaria lá após as 18h e ele nasceu ao meio dia!

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