1 de outubro de 2008

30/06/06

Mulher demais....

2 mulheres estavam em TP.
Logo que eu cheguei, nenhuma das duas estava sentindo muita coisa. Mas a V., estava enrolada em cobertas, encolhida e sentindo muita pena de si mesma. A mãe dela também estava deixando o clima bem pesado, falando de dor e sofrimento o tempo todo. Conversei muito com as duas sobre esta postura, mas não adiantou muito e de vez em quando a sogra também entrava pra reforçar o coro.
De qualquer maneira, consegui tirá-la daquela cama um pouco, ela tomou banho, tentou fazer alguns exercícios, sentou na bola, etc. Mas apesar da evolução dela estar boa, nada diferente do esperado, ela não acreditava nisso. Pra ela, estava demorando demais e iam todos sofrer muito, uma tragédia anunciada!
Não sei o que aconteceu na portaria, por que não deixam passar mais de um acompanhante por paciente, mas a sala de TP tava uma bagunça neste dia! O GO veio e mandou os excessos embora, mas a sogra da V. conseguiu voltar!!!
A maternidade estava lotada e tinha mulher que já tinha parido, alojada na sala de TP, com neném e acompanhante, um converseiro, um barulho, ninguém merece.
Enfim, a V. acabou encaminhada pra uma cesárea. Por que já era quase meia noite, o TP deu uma estacionada, ela estava reagindo mal (psicologicamente), a mãe pressionando, a sogra também... Aff!

Enquanto eu tentava atender a V. (que não queria muita conversa e além de tudo, colocava a culpa do sofrimento do TP no fato de ser obesa), eu acudia a J. também.
Segundo bebê, ela não relatou contrações intensas em nenhum momento. Quando cheguei ela estava deitada, aceitou tomar um longo banho e ficar numa posição verticalizada. Ela respirava com um certo ritmo e isso ajudava a ter algum controle sobre as contrações.
Também ficou na bola, quicando e achando graça. Logo ela sentiu vontade de fazer força e quando vieram tocar, o bebê já estava no canal de parto. Fomos para o centro cirúrgico e ela não precisou fazer força durante o expulsivo, embora estivesse sendo assistida por um estagiário (e o residente) e o cara não tivesse muito domínio da coisa... nervoso, trêmulo, falando bobagens... ai, ai...

Eu já estava querendo ir embora, quando passei pela sala de espera e dei com duas barrigudas (uma conhecida e outra não). A conhecida é a C., já falei dela aqui, vive no hospital, por conta de uma infecção urinária que não sara nunca.
A K. estava com contrações próximas e ritmadas. Segundo bebê também. E quando o residente tocou, constatou uma dilatação de 9cm. Aí, caiu na besteira de levar ela direto pro CC. Lá as contrações pararam completamente. Fizeram ela deitar e colocar as pernas no estribo, antes da dilatação completa. Quando eu cheguei no CC, ela já estava assim e eu não tenho tanta moral pra mudar uma situação já definida... Se pelo menos fosse o GO e não residente, eu teria tentado.
Mas enfim, durante as contrações ela não tinha o que fazer, além de gritar, por que não tinha mobilidade nenhuma, nenhum controle. Eles fizeram tudo errado desta vez, pedindo pra ela empurrar, forçando o término da dilatação. Na hora de aparar, o cara mal pegava no bebê direito, aquilo demorou uma eternidade! Eu detestei presenciar isso.... E nem tive tempo de conversar com o GO sobre o que aconteceu!
Mas no fim, uma laceração bem pequena e um bebê saudável...

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