25 de março de 2010

Comitês de prevenção à mortalidade materna e infantil entregam recomendações ao Governo do Paraná.

Grupos trabalham pela humanização do parto e para a conscientização sobre os benefícios do parto natural.

 Enfermeira Deise, HUM - Maringá - PR

Os cerca de 600 participantes do Seminário Integrado do Paraná, realizado de 24 a 26 de novembro de 2009, em Curitiba, em alusão aos 20 anos do Comitê Estadual de Prevenção de Mortalidade Materna (CEPMM) - pioneiro no Brasil - e aos 10 anos de existência do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Infantil do Paraná, encaminharam, no início deste mês de dezembro, ao secretário de Estado da Saúde do Paraná, Gilberto Martin, a Carta do Paraná 2009.

O documento apresenta uma série de recomendações visando à redução da mortalidade materna e infantil no Paraná. Composto de 71 recomendações, o documento foi redigido com base no perfil epidemiológico da mortalidade materna e infantil do Paraná, conforme o Caderno de Resultados dos Comitês, de estudo de 20 anos da mortalidade materna e dos 10 anos da mortalidade infantil.

Mortes evitáveis.

Em 2002, a mortalidade infantil no Paraná era de 16,7 por mil nascidos vivos. Em 2008, esse número caiu para 13. Em 2005, havia 65,6 mortes de mães para cada 100 mil crianças nascidas vivas no Paraná, taxa reduzida para 52,2, em 2009 [veja mais].

Segundo a presidente do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Eliana Carzino, os Comitês esperam resultados mais significativos nos próximos anos, com políticas estaduais efetivas que contemplem a saúde mulher e da criança dada a incontestável realidade dos dados que apontam a evitabilidade em 83% dos óbitos maternos e 71% dos óbitos infantis ocorridos no estado do Paraná.

Para Eliana Carzino, o investimento em políticas de prevenção é o caminho para reduzir e prevenir a morte materna. "Temos certeza que se todos os gestores investissem em políticas estaduais e municipais, que contemplassem a saúde materna, reduziríamos de forma significativa nossos índices", ressaltou.

Enfermeiros Obstetras.
Durante o seminário, foram bastante debatidos a importância do cumprimento da Lei n.º 11.108 - que garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - e os esforços para humanização dos partos e para a conscientização sobre os benefícios do parto natural, dos funcionários das casas de parto, dos modelos de atenção e cuidados durante o puerpério e da presença de ‘enfermeiros obstetras' nas salas de parto.

Segundo o site Amigas do Parto (http://www.amigasdoparto.com.br/), enfermeiras obstetras são profissionais de Enfermagem com especialização em Obstetrícia, habilitadas para atender os partos normais. O Ministério da Saúde tem incentivado a formação dessas especialistas e sua contratação por hospitais públicos para o atendimento aos partos de baixo risco. Nas casas de parto são elas que são responsáveis por todo o atendimento. Caso haja necessidade de intervenção especial, a parturiente é transferida para o hospital conveniado. No sistema de saúde privado elas são contratadas por hospitais para o acompanhamento e avaliação das parturientes, mas não para "fazer o parto" propriamente dito. No entanto elas podem atender partos domiciliares.

Em seu treinamento elas aprendem também os primeiros cuidados com o recém-nascido, inclusive em caso de complicação. Também podem se responsabilizar pelo pré-natal das gestantes, devendo encaminhá-las para médicos obstetras quando a gestação apresenta complicações.

Doulas.
Entre as recomendações contidas no documento está a ‘Qualificação de doulas comunitárias para atuarem em todas as maternidades, para apoio as parturientes e seus acompanhantes'. Doulas são acompanhantes de parto que dão apoio físico, emocional e afetivo para a parturiente, através de massagens, dicas de respitação, posições, etc. Ficam o tempo todo com a parturiente desde o início do trabalho de parto, para diminuir a tensão provocada pelo ambiente hospitalar e pela presença de muitos profissionais desconhecidos do casal. Não fazem exames, nem atuam clinicamente. São contratadas pelas gestantes algumas semanas antes do parto. Alguns hospitais públicos possuem doulas voluntárias à disposição das parturientes.



http://www.portalodm.com.br/comites-de-prevencao-a-mortalidade-materna-e-infantil-entregam-recomendacoes-ao-governo-do-parana--n--256.html

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