27 de abril de 2010

Conselho apura briga de dois médicos em parto

O CRM (Conselho Regional de Medicina) de Mato Grosso do Sul abriu sindicância administrativa para apurar a conduta dos médicos que se desentenderam e trocaram socos durante um procedimento de parto de Gislaine de Matos Rodrigues Santana no hospital municipal de Ivinhema (345 km de Campo Grande). A briga atrasou o parto em uma hora e meia e a criança nasceu morta.
Se ficar comprovada a ofensa ao código de ética, os médicos Sinomar Ricardo e Orozimbo Oliveira Neto podem até perder o registro profissional. "É inegável que a situação é muito grave", declarou o advogado André Borges, assessor jurídico do conselho.
Segundo ele, a simples constatação de que os médicos realmente trocaram socos diante de um paciente já bastaria para uma punição mais severa. "Estou há 15 anos no CRM e jamais ouvi falar de algo parecido", disse. A sindicância tem prazo máximo de 60 dias. 

Contradição
Ontem, um dos protagonistas do episódio falou à reportagem e contradisse a versão apresentada pela polícia e pela família da criança que morreu. Sinomar Ricardo, 68, negou que tenha invadido a sala de parto e começado a confusão. "Sou vítima, eu é que estava na sala e fui agredido ao tentar fazer o parto", afirmou.
Segundo o médico, foi Neto quem abriu a porta da sala de partos a "pontapés", o agarrou pelos braços e o "cobriu de murros". "Não puder fazer nada, só me defender com uma papeleta. Ele não queria deixar que eu fizesse o parto.
A agressão, na versão de Ricardo, teria sido uma tentativa de acobertar o fato de que, minutos antes, Neto teria aplicado um medicamento proibido para induzir o trabalho de parto de Gislaine.
"Havia dois comprimidos na vagina da paciente. Pela minha experiência, se trata do Cytotec, um medicamento abortivo, proibido no Brasil. Um remédio que mata. É por isso que eu tenho certeza que a criança morreu antes da cesariana.
A reportagem não conseguiu contato com Neto. No hospital de Ivinhema, funcionários não deram informações sobre o médico.

PARA PENSAR: No site http://www.beyondfertility.com/art112.htm, há um artigo intitulado "VBAC & Cytotec: A Dangerous & Deadly Combination", isto é, "VBAD & Cytotec, uma Perigosa e Mortal Combinação", no qual se alerta que: "até hoje o Cytotec não foi aprovado pela FDA como uma droga para induzir o aborto ou o parto, mas o seu uso se tornou alarmantemente disseminado. Os médicos, crendo que é muito mais barato e rápico induzir o parto por meio desta droga, administram a droga com freqüência. As histórias dos riscos e das mortes associadas com esta droga se tornaram clamorosas e assustadoras. O Cytotec está associado com um maior número de casos de rompimento uterino. Em alguns casos a ruptura uterina não ocorre imediatamente. As mulheres continuam o parto normalmente até experimentarem um dos conhecidos sintomas de rompimento uterino. Em outros casos as contrações uterinas violentas podem ocorrer logo após a primeira dose, e podem resultar em rompimento do útero. Se o Cytotec é administrado fora de um estabelecimento hospitalar, ou quando um médico não estiver presente, o resultado poderá ser fatal. Infelizmente os riscos associados com o Cytotec não são amplamente conhecidos e a maioria das mulheres, ao usarem a droga, são as últimas a saberem. Esta droga, com seus efeitos colaterais mortais, é ainda usada em centenas de hospitais, sem consideração por seus riscos potenciais".

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