4 de agosto de 2010

Maringá tem maior índice de cesáreas do Paraná.

A regional de Saúde de Maringá, composta por 30 municípios, apresenta o maior índice de partos cesáreos do Paraná, segundo dados de 2009. Dos 9.287 nascimentos registrados no período, 75,4% foram por cesáreas. A segundo maior índice é de Umuarama (74,7%), seguida de Apucarana, com 68,4%.
No Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher e Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna. Em Maringá, a taxa de mortalidade materna é considerada alta, de acordo com avaliação da Organização Mundial de Saúde, com 66 casos para cada mil nascidos vivos.
“Tivemos 6 mortes em nossa região no ano passado, no entanto estudos dos últimos três anos mostram que 90% dos casos poderiam ter sido evitados”, diz a médica sanitarista da 15ª Regional, Norico Miyagui Misuta.
Para a médica, criou-se um cenário no qual profissionais e gestantes valorizam a cesárea e, para reverter este quadro, o primeiro passo é informar a população os benefícios do parto normal.
A enfermeira obstetra da 15ª Regional, Marlei Fiewski, diz que isso vem evoluindo e com um bom pré-natal mães e pais podem perder o medo da dor do parto e da recuperação.
“É preciso mostrar para a mãe que ela consegue realizar o parto normal e que existem recursos para minimizar a dor. O Sistema Único de Saúde paga inclusive pela analgesia.”
Marlei destaca a importância de se valorizar a mulher no momento do parto e de promover a formação de laços afetivos já nos primeiros momentos de vida do bebê. “No parto normal, quando o bebê passa pelo canal já está recebendo a massagem e a limpeza das secreções do corpo e das vias respiratórias”, diz.
Se o bebê apresentar um bom quadro quanto à coloração de pele, respiração e batimentos cardíacos pode ser colocado imediatamente em contato com o calor do corpo da mãe e a tendência é que ele mesmo busque o seios para se alimentar.
O trabalho de incentivo ao aleitamento materno exclusivo nos 6 primeiros meses de vida seria sensivelmente facilitado.
Para Norico, o próximo passo seria investir em centros de capacitação para profissionais de enfermagem obstétrica, fundamentais para o acompanhamento de mães que optam pelo parto normal.
“Nem sempre temos um obstetra disponível 24 horas para acompanhar um trabalho de parto, que pode levar muitas horas. Precisamos de uma equipe especializada para auxiliar neste período e detectar algo que possa impossibilitar o parto normal. Nestes casos se indica a cesárea, além de problemas detectados no pré-natal, como descolamento de placenta e eclampsia”, orienta a médica.

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