26 de agosto de 2010

Nos EUA, número de partos induzidos dobra em uma década.

A taxa de nascimentos induzidos dobrou em uma década, nos EUA. A indução é o uso de remédios para iniciar o trabalho de parto.
Segundo os pesquisadores, há um aumento nas chamadas induções eletivas -- quando não há indicação médica precisa, e elas ocorrem por motivos como desconforto da mãe ou conveniências de agenda.
O total de partos induzidos subiu de 14% em 1992 para 27% em 2003, mostram as estatísticas. No mesmo período, aumentaram também os nascimentos antes do final da gravidez, diz um artigo no "American Journal of Obstetrics & Gynecology".
Bebês nascidos antes de 39 semanas podem ter baixo peso e desconforto respiratório.
Para o obstetra Marcos Tadeu Garcia, diretor da clínica de obstetrícia e neonatologia do Hospital Ipiranga, esse aumento é um fenômeno mundial devido ao avanço dos métodos de indução.
"Mas, no Brasil, os partos antecipados estão mais relacionados às cesáreas. Aqui, as induções eletivas são menos frequentes", afirma.
Renato Kalil, obstetra dos hospitais São Luiz e Albert Einstein, diz que, por aqui, as tentativas de indução muitas vezes acabam em cesárea, mais rápida e conveniente para os médicos.
"Quando a mulher está na 38ª semana, o médico interna e induz. Ela fica umas seis horas ou até a hora que o médico acha bom. Assim, a mãe não pode criticá-lo [por não tentar o parto normal], mas acaba fazendo cesariana."
Além de a indução não garantir um parto normal, ela traz riscos. Pode haver sofrimento fetal se a saída do bebê é forçada com a passagem fechada. O bebê também pode ter seus batimentos cardíacos acelerados demais ou desacelerados, o que pode levar à morte.


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