5 de abril de 2008

23/09/2005

Muito o que aprender!

Em TP somente a A.C., 21 anos, primigesta, 34 semanas. Um prematuro. Ela não podia sair da cama e estava com 6cm quando eu cheguei.
A A.C. suportava bem as dores e quase não se queixava. Fiz muita massagem na lombar, mas a dor mais forte, ela sentia na barriga e não deixava tocar. Ficou de lado todo o TP e umas 3 horas depois da minha chegada, com 8 pra 9cm de dilatação, ela começou a sentir mais dores, cada vez mais fortes. Então ficou muito brava, arredia. Gritava e pedia ao residente pra que a ajudasse. Nós dizíamos que ela estava indo bem, que não havia nada a ser feito naquele momento, que a maior ajuda viria dela mesma.
Com 10cm de dilatação e o bebê ainda alto, o médico veio ficar com a gente. Ele foi muito bem vindo! Ela estava se debatendo, agarrou a roupa dele e pedia pra alguém fazer alguma coisa. É estranho relatar assim, por que parece que estávamos todos torcendo pelo sofrimento dela, assistindo a dor e deixando que a pobre A.C. se acabasse em desespero. Mas sabendo que o PN é a melhor escolha e que a dor é uma aliada, nosso papel é fazer a mulher se acalmar, se concentrar no que está fazendo e colaborar.
Enquanto ela segurava forte em mim e buscava meus olhos entre as contrações, o médico conversava com ela sobre o caminho que ela percorreu e o que ela precisava para chegar ao fim dele. Explicou um pouco sobre a progressão do TP dela e o que vinha pela frente. Ela se acalmou um pouco e saiu da sala à caminho do CC, ainda brava e se debatendo.

Eu fiquei na sala de TP um tempo, me perguntando se aquilo era normal. Foi a primeira vez que vi uma mulher ter reações como a dela e queria saber até onde isso tem a ver com a personalidade dela e até onde tem a ver com o papel da equipe que a assistia. Me ocorreu que seria bom eu fazer uns estágios, acompanhando doulas experientes ou médicos que queiram dividir informações. Que olhem pra mim e digam: isto está acontecendo por causa disso, disso e disso. Isso é normal, isso não é...

Enfim...estou muito só nesta jornada! Além do apoio virtual que recebo, não tenho ninguém com quem contar!

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