26 de abril de 2011

Acompanhante pode ajudar durante o parto.

Antigamente as mulheres que engravidavam eram acompanhadas de perto por outra mulher mais velha que, geralmente, já tinha passado pela experiência, como a mãe, a irmã mais velha ou uma vizinha. Com o passar do tempo e o momento do nascimento levado para dentro do hospital, esse processo tem sido diferente. Hoje a mulher conta com médico, enfermeira, auxiliar de enfermagem e pediatra. Todos têm suas funções bem definidas, mas nenhum deles está diretamente preparado para dar suporte físico e emocional à parturiente. A presença de uma acompanhante no momento do parto pode gerar vários benefícios.

Neste sentido, surgiu uma função chamada doula. Em grego essa palavra significa "mulher que serve", ou seja, uma acompanhante preparada que fica junto da família durante toda a gestação, dando suporte físico e emocional antes, durante e após o parto.

Na gestação, a doula auxilia na preparação da mulher. Ela explica o que esperar do parto e todos os procedimentos detalhadamente, além de ensinar exercícios e movimentos para facilitar o momento do parto. Durante o procedimento, a doula age como intermediadora entre a equipe e a gestante. Ela orienta maneiras de aliviar a dor e serve como um apoio emocional quebrando a frieza do ambiente hospitalar. Após o parto, a doula faz visitas ao novo bebê auxiliando com a amamentação e outros cuidados.

Patrícia Merlin tem magistério. Ela diz que após uma experiência traumática numa cesariana, interessou-se por essa área e passou a pesquisar o assunto. No nascimento da segunda filha ela contou com o apoio de uma doula e o parto aconteceu de forma natural, dentro da casa dela. Após fazer um curso na área, Patrícia passou a fazer um trabalho voluntário na Santa Casa de Maringá, cidade onde mora atualmente. Ela contava suas experiências em um blog. E através disso, tornou-se conhecida de outras gestantes. Foi assim que uma mulher a convidou para auxiliar na gestação.

De lá pra cá foram aproximadamente 200 partos acompanhados por Patrícia. "O acompanhamento consiste em entender os desejos e medos da gestante, os mitos e a forma de trabalhar do médico. É perceber como está o marido e como a família está se preparando para o momento. É orientar a mulher para uma escolha consciente e não escolher algo porque todo mundo escolhe", afirma Patrícia Merlin.

É importante ressaltar que a doula não substitui o pai ou o acompanhante escolhido pela mulher. A doula serve para auxiliar o comportamento dele também. Muitas vezes por nervoso e preocupação o pai fica sem saber o que fazer. É neste momento que há a interferência da profissional.

A doula não tem orientação para fazer nenhum tipo de procedimento de saúde. Ela não está apta para isso. A função é dar suporte e apoio à parturiente através de suas experiências. Estudos mostram que a presença de uma doula pode diminuir em até 50% as taxas de cesarianas. A duração do trabalho de parto é reduzida em 20%. As solicitações por anestesia caem em 60% e o uso de medicamentos também diminuir em até 40%.

Patrícia ressalta que não é sempre que as doulas podem contar com o apoio dos médicos. "A maioria não sabe o que é e por isso não respeita. Eles acham que não precisa", revela. "As mulheres que têm vontade de fazer algo diferente é que precisam mudar e fazer prevalecer sua vontade. É poder dizer eu quero assim e se não for do meu jeito eu vou mudar."

(REPORTAGEM: ANELIZA PAIVA. EDIÇÃO: PEDRO ANTONIO RAMAPAZZO)
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Um comentário:

Anônimo disse...

Tenho tanto orgulho de vc!!! Beijos
T amo!