14 de maio de 2011

A experiência do parto domiciliar.

Brasil é um dos países com maior taxa de cesárea. De acordo com o Ministério da Saúde, 42 em cada 100 crianças nascidas no País vêm ao mundo por meio do parto cesariano. O número, está muito acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Há quem acredite que a cesárea é a maneira mais eficaz e segura para o nascimento do bebê, pois é feita com intervenção cirúrgica, sem dor e dentro de hospitais.
Mas, segundo dados da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuna), quando a cesárea é feita sem necessidade, aumenta de cinco a sete vezes o risco de morte materna.
Além de resultar na alta do número de bebês que nascem prematuros e que precisam ficar internados em centros de cuidados intensivos.
O parto normal proporciona vantagens que a intervenção médica não apresenta. E, o melhor, pode ser feito em casa.
A gestante Noemy Gesteira está na 34ª semana da gestação e deseja ter a filha em casa. O parto está previsto para o início de junho e tudo indica que o parto será natural.
"Esse é um desejo meu e do meu esposo e achamos que é melhor para mim e para a criança. Quero ter minha filha em um local em que estamos acostumados e onde nos sentimos bem. Espero que tudo dê certo", diz.
A doula Patrícia Merlin teve o segundo filho em casa e conta que tudo acontece de forma muito natural. É como mais uma das suas atividades diárias. "Tive a minha filha na minha cama, depois fui tomar banho no meu banheiro, com as minhas coisas e tudo correu muito bem", conta.
Ela ficou acompanhada por uma doula e duas enfermeiras obstetras que cuidaram de todo o procedimento.
A obstetra e especialista em genética pela USP, Ana Cristina Duarte, elogia o parto domiciliar e acredita que "desde que a mulher esteja se sentindo segura, no ambiente familiar tudo conspira para que seu corpo funcione da melhor forma possível".
Ela afirma que nesse tipo de parto a gestante não precisa se preocupar com limites de tempo, trânsito e bagagem, além de estar em casa - o lugar em que mais se sente à vontade.
A gestante simplesmente chama a equipe e espera o momento de dar à luz. O médico que a acompanha durante o pré-natal pode dizer se a mãe tem ou não condições de fazer o parto domiciliar.

O que a Doula faz
Antes do parto: Orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.
Durante o parto: A doula atua como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e no parto mostra formas eficientes de respiração, além de propor medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc.
Após o parto: Faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.
(Fonte: http://www.doulas.com.br/)

A Doula e o pai
A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio.
A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.

Fonte: http://www.odiario.com/saude/noticia/416999/a-experiencia-do-parto-domiciliar/

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