1 de outubro de 2008

28/04/06

Dia intenso...

Mas como hoje já é dia 20 de maio e eu não tinha conseguido escrever ainda, esqueci muitos detalhes.. Que meleca!
Foram quatro nascimentos a partir do momento que eu cheguei e 11 ao longo do dia!
É, a maternidade estava animada!

L. estava com 4cm quando chegou na maternidade, passou o TP inteiro chorando muito. Mas o choro não era de dor (não só de dor), era um choro de angústia, de solidão... Ela estava sem acompanhante e pouco acessível. Tentei em vão fazê-la se abrir, fazer com que falasse o que a afligia tanto, que o TP seria mais rápido e tranqüilo se ela conseguisse falar. Pude fazer muito pouco, mas fiquei com ela até o fim.
Depois que o bebê nasceu, o comportamento dela mudou, mas não foi pra melhor. Ela ficou arredia e dava pulos na mesa, fechando a perna, impedindo o GO de suturar uma pequena laceração. Ela estava muito alterada, parecia nem se dar conta de que o bebê já havia nascido. Precisou ser sedada para que a equipe concluísse o atendimento.
De volta ao quarto e já em condições de conversar, ela se abriu: o marido a abandonou quando ela engravidou, alegando que este bebê não era dele. E ela já tinha 2 filhas (gêmeas), com menos de 2 anos... e ela, com menos de 20.

Outra mulher, L. também, estava na maternidade há dois dias já. Caso típico de internação precoce. Tentaram a indução, mas ela não estava sentindo absolutamente nada. Ao final do dia, optaram pela cesárea e acabaram descobrindo um tumor enorme no útero.

P., grávida do terceiro bebê, os dois primeiros de parto normal, causou estranheza pela lentidão do progresso do TP. No entanto, entre 8cm e o nascimento, não deu nem 15 minutos. Ela demorou pra chegar em 8cm, mas quando chegou, foi a jato!

M., estava com a mãe, internada desde cedo, tomando soro, sem evolução satisfatória (segundo a visão da equipe). Ela e a mãe foram muito receptivas à minha presença e fizeram muitos exercícios juntas. O TP dela evoluiu bem depois disso.
Ela, com dilatação total e com vontade de fazer força, o bebê alto e as posições não ajudando a descida. Ela estava ficando cansada.
O setor estava bem agitado e o médico no CC. Pedi para uma enfermeira vir até o quarto e avaliar o que poderia ser feito. Ela fez um toque e sentiu algo estranho: dilatação total, bebê alto e ‘uma coisa muito dura logo após a entrada da vagina’... Acreditem! M. tinha o intestino preso e não ia ao banheiro há dias. Tinha um cocozão (desculpem o termo, não sabia como espressar) atrapalhando a descida do bebê!
Uns 15 minutos depois, o GO veio até a sala e removeu o obstáculo (colocando a mão na vagina, como se fosse fazer um toque e pressionando o conteúdo pra fora). Uma vez feito isso, a cabeça do bebê já apareceu e fomos todos para o CC.

Foram 2 PN’s com indução, 1 sem soro e os 3 sem epsiotomia.

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